sábado, 2 de julho de 2011

TERRORISMO X

A existência de áreas de refugiados palestinos na capital de Beirute aumentava a tensão e o clima de guerra civil.

Na tentativa de capturar ou eliminar o líder Yasser Arafat e destruir bases militares palestinianas, forças israelitas invadiram o Líbano em Junho de 82. Durante vários dias, a capital Libanesa transformou-se num inferno. Milhares de civis foram mortos, embora não tivessem encontrado Arafat, expulsaram a OLP e deixaram o Líbano em ruínas. Em Setembro de 82, falanges cristãs libanesas apoiadas por Israel, atacaram os campos de refugiados de Sabra e Chatila nos arredores de Beirute.

Mais de 2500 civis palestinianos e libaneses desarmados foram mortos. O massacre chocou a opinião pública internacional.

Foi nesse clima extremamente tenso, que se multiplicaram os grupos terroristas no Líbano nos anos 80.A acção terrorista mais famosa dessa época acontecera em 83, quando dois atentados simultâneos mataram mais de 250 fuzileiros americanos e mais de 50 soldados franceses em Beirute. Mas os xiitas de Khomeini e os militantes de grupos fanáticos, como o Hamas e o Hezbollah, não limitaram os seus ataques ao Médio Oriente, em nome da Guerra Santa eles organizaram vários atentados na Europa e nos Estados Unidos. No início dos anos 90, o fim da Guerra-Fria e a abertura do diálogo no Médio Oriente e na Irlanda do Norte fez o terrorismo refluir um pouco, abrindo mais espaço para a negociação. Um sintoma dessa trégua foi a prisão em 94 de Carlos, o “Cachadal”o terrorista mais procurado no Mundo. O venezuelano LLitch Ramírez Sanchez, nome verdadeiro do “Chachadal”, foi preso em Agosto de 94 por agentes do serviço secreto francês. O terrorista que agia por dinheiro, é acusado da morte de 93 pessoas e de ferimentos em mais de duzentas, em 20 anos de actividade. Infelizmente, a prisão de terroristas famosos e até mesmo o término da Guerra-Fria, não puseram fim ao terrorismo internacional, que continua a transformar a vida de pessoas inocentes num pesadelo, em diversos lugares do mundo. No Médio Oriente, extremistas matam e ferem para tentar atrapalhar as negociações de paz entre Israel e a Palestina. Na Grã-bretanha, grupos radicais do IRA também apavoram inocentes, procurando reacender a violência dos anos 70.

Um pouco por toda a aparte, fanáticos religiosos passam dos limites tudo em nome do apocalipse. A conclusão a que podemos chegar, é que terror gera terror. Muitas vezes os governos gostam de taxar os terroristas esquecendo-se por vezes das suas próprias responsabilidades.

O terrorismo existe e cresce sempre quando o diálogo é impossível. E nunca o diálogo foi tão sufocado como no período da Guerra-Fria.

O que suscita o nosso verdadeiro espanto e constitui a dificuldade do conhecimento sócio-historico é a alteridade enorme e maciça que separa as representações, os afectos, as motivações, as intenções dos sujeitos de outra sociedade e os nossos.

O ser humano é sempre o mesmo, os valores são imutáveis, existe certamente progresso material, desenvolvimento tecnológico, mas entre o homem que há milhares de anos se desloca em cima de um camelo e aquele que hoje utiliza um avião a jacto não há diferenças de fundo, substanciais, de natureza.

O bem e o mal há muito que deixaram de constituir duvida e problema. Só espíritos fracos e inseguros poderão levantar questões sobre a tão meridiana dualidade da natureza dos valores. Por conseguinte, todos os agentes e factores que contribuíram no passado e que continuam a trabalhar no presente para a modernização e secularizações das sociedades, para o progresso civilizacional, são naturalmente considerados elementos demoníacos que importa combater e debelar.

E é aqui que se inscrevem as teses da negação, da separação entre a política e a religião e a crítica à democracia e à liberdade como “leis da hipocrisia”.

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