terça-feira, 19 de julho de 2011

A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E O HORROR, 60 ANOS DEPOIS

Com o fim da II Guerra, há 60 anos, vislumbre de paz e segurança não se concretizou por causa da Guerra-fria e, ao fim desta, pela vitória dos neoconservadores aliados a Bush e a adopção pelos EUA do unilateralismo. O século XX conheceu três grandes conflitos – entre centenas de outros menores e também mortíferos: a Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918; a II Guerra Mundial, de 1939 até 1945 e, em fim, a Guerra-fria, de 1947 até 1991. Cada um destes conflitos deixou marcas de dor, sofrimento e destruição, algumas vezes com o risco de um holocausto nuclear que aniquilaria toda a humanidade. Para muitos, o fim da Guerra-fria, em 1991, com a desaparição da URSS, foi um vislumbre de paz e de maior segurança. Contudo, uma nova ordem mundial se iniciou com novas guerras, campos de extermínio e genocídios, como na Bósnia, Kossovo, Ruanda Iraque e Darfur.

Uma guerra ou várias guerras?

Muitos historiadores passaram a caracterizar o conjunto dos conflitos do século XX como uma só guerra. A Primeira Grande Guerra não terminou em 1918: parte de uma longa guerra, foi apenas uma pausa, para que os beligerantes, exaustos, se pudessem recuperar, reorganizar as forças, realinhar as alianças estratégicas, para a retomada do conflito em 1939 até 1945.

Mesmo assim, a vitória dos aliados em 1945 não encerrou a Grande Guerra do século XX, retomada em 1947, agora sob a forma da Guerra-Fria, estendendo-se até 1990. Com o Tratado de Paris a reunificação das duas Alemanhas – e o colapso da URSS, encerrou-se a Grande Guerra do Século XX. Assim, a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra-Fria podem ser vistas como um só conflito: a Grande Guerra do Século XX. Ou seja uma longa guerra provocada pela irrupção do Estado-Nação competitivo no cenário das relações internacionais, pontilhada de pausas eventuais – uma paz armada e precária – e retomadas cíclicas das hostilidades, como o Japão contra a China, desde 1931, ou a Itália contra a Etiópia, em 1936, além da destruição de nações indefesas, como a Áustria e a, então, Checoslováquia, frente à Alemanha de Hitler, em 1938 ou seja um fenómeno parecido com uma nova Guerra dos Trinta Anos do século XX (em alusão àquela outra Guerra dos Trinta Anos que, no século XVII (1618-1648)), também destruiu a Europa e espalhou o pânico e a dor por todo o continente e suas dependências coloniais. (afinal a historia repete-se) sempre se tentou buscar a paz, quando se criaram instrumentos internacionais – como a criação da Liga das Nações, depois de 1919, a ONU, depois de 1945, visando eliminar as guerras nas relações internacionais. Algumas guerras foram pensadas em nome da paz, como a própria Primeira Guerra Mundial. Esta deveria então ser uma guerra para acabar com todas as guerras, culminando numa paz administrada a partir de um tribunal universal de povos, a Liga das Nações.

Seguiram-se conferências mundiais de Paz, em Haia, e tratados de banimento perpétuo da guerra, como no Pacto Briand/Kellog, de 1928. Menos de dez anos depois, em 1938, com a invasão da Áustria e da Checoslováquia por Hitler, o mundo foi novamente imerso numa das etapas bélicas da Longa Guerra do Século XX, já conhecendo as agressões do Japão contra a China, em 1931, e da Itália, contra a Etiópia, em 1935.

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