sábado, 2 de julho de 2011

TERRORISMO IX

Criada em 1959 para difundir a cultura e os valores tradicionais do povo Basco, foi perseguida pela ditadura de Francisco Franco e entrou para a clandestinidade e enveredou pelo terrorismo em 1966. O atentado mais ousado fora realizado em 1973, quando a organização fez explodir no centro de Madrid o carro em que viajava o Primeiro-ministro franquista Luís Carrero Blanco. Na década de 70 houve também a acção de grupos terroristas sem vínculos com lutas democráticas ou de libertação nacional, como o grupo Baader-Meinhof, na Alemanha e as Brigadas Vermelhas, na Itália. Eram organizações formadas por intelectuais e universitários que adoptaram a violência em nome de uma genérica “guerra contra a burguesia”. Em Setembro de 77, o Baader-Meinhof ganhou as manchetes dos jornais com o sequestro do industrial Hanss-Martin Schleyer como pressão para libertação de presos políticos. Em Março de 78, a Europa assistia a outra acção terrorista que foi, o sequestro do Primeiro-Ministro Italiano Aldo Moro, uma acção audaciosa que surpreendeu o Mundo. Aldo Moro acabaou por ser executado pelos terroristas, apesar dos apelos do Papa e da opinião pública internacional.

No final dos anos 70, o terrorismo ganhou um novo ingrediente religioso, com a ascensão dos muçulmanos xiitas no Irão, em Janeiro de 79. Sob o comando do aiatolá Khomeini, os xiitas derrubaram a ditadura do Xá REZA Pahlevi e implantaram um sistema que fugia à lógica dos dois blocos económicos, liderados por Estados Unidos e União Soviética.

A partir da revolução iraniana, foi implantado um sistema de Governo guiado por convicções religiosas radicais e inflexíveis.Khomeini inaugurou a chamada “Jihad” ou seja a “Guerra Santa” contra o grande Satã, representado pelo mundo não xiita. Daí para a prática do terrorismo foi um passo.

O inédito nessa história era o carácter oficial do terror, assumido claramente pelo regime dos aiatolás.

A primeira demonstração radical de Khomeini foi a Novembro de 79.Com o apoio do governo, estudantes iranianos invadiram a embaixada norte-americana em Tearão, fazendo 66 reféns.

Eles queriam a extradição do Xá Reza Pahlevi que estava em tratamento de saúde nos Estados Unidos.

Foi o início de uma longa crise entre os dois países.

Mesmo após a morte de Pahlevi, em Julho de 1980 vítima de cancro, os estudantes não desocuparam a embaixada.

O impasse prejudicou a campanha de reeleição do presidente dos Estados Unidos Jimmy Cárter, que acabaou derrotado pelo candidato republicano Ronald Reagan. Foram 444 dias de expectativa. A 20 de Janeiro de 1981, dia da posse do novo presidente dos Estados Unidos, os iranianos finalmente libertaram os reféns norte-americanos. Até hoje são ainda obscuras as condições sob as quais o presidente Reagan negociou o fim da crise. Além da vitória de Khomeini no Irão, outro elemento que iria fortalecer a causa dos xiitas, a reacção à invasão do Afeganistão pelos soviéticos, em Dezembro de 1979.

Os afegãos na sua maioria de religião muçulmana sentiram a sua religião ameaçada pela presença do exército soviético. Vários grupos guerrilheiros proclamaram uma “Guerra Santa” contra o invasor. Com a revolução no Irão e a resistência dos rebeldes afegãos, a “Jihad” ficou conhecida no Ocidente e ganhou força junto à população muçulmana de todo o Mundo. O apelo foi reforçado em Fevereiro de 89, com a sentença de morte proferida por Khomeini contra o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, autor do livro “Versus Satânicos”, considerado blasfemo pelos aiatolás do Irão. Caçado pelos xiitas, Rushdie passou a viver escondido na

Inglaterra, sob protecção da Scotland Yard. No começo dos anos 80, o Líbano tornou-se palco de inúmeros atentados. Várias facções disputavam o poder apoiadas por países vizinhos, especialmente Síria e Israel.

Sem comentários:

Enviar um comentário