quinta-feira, 30 de junho de 2011

TERRORISMO VII

O desenvolvimento da tecnologia nuclear, a partir do fim da Segunda Guerra, causou uma importante mudança na mentalidade das pessoas, do ponto de vista psicológico e cultural. A preservação da espécie humana, passou a depender da decisão das super potencias de iniciar ou não, um confronto nuclear fatal para o planeta. O mundo dos anos 50 não apresentava perspectivas muito animadoras. Na primeira metade do século, guerras, revoluções e conflitos localizados haviam consumido a vida de pelo menos 150 milhões de pessoas. Além disso, a tragédia atómica em Hiroshima e Nagasaki havia colocado o mundo sob a sombra permanente de um holocausto nuclear. No final dos anos 50, o êxito da revolução Cubana abriu novos horizontes para uma juventude desiludida.

A vitória de Fidel Castro, contra uma ditadura corrupta sustentada pelos Estados Unidos, representou para muitos jovens a vitória do idealismo. Militantes de todo o Mundo ganharam nova disposição de luta. Embora muitos jovens optaram pela vida clandestina, que oferece dois caminhos, a guerrilha e o terrorismo.

A guerrilha de um modo geral, realiza ataques contra objectivos militares e alvos estratégicos, tenta conquistar a simpatia da população para formar o seu próprio exercito e, eventualmente, tomar o poder. Os grupos terroristas utilizam o método inverso, intimidando pessoas inocentes para alcançar os seus objectivos. Nos anos 70, a actividade dos grupos terroristas atingia o seu ponto máximo. Era época de questionamento dos valores tradicionais e do “velho modo” de fazer política, nos dois blocos. O escândalo de Watergate em 72, e a derrota dos Estados Unidos na guerra do Vietname, reconhecida em 1975, acentuaram a decadência da ordem política internacional. Em Africa, a independência havia sido conquistada em diversos países.

Inúmeras guerras tribais estimularam o tráfico de armas e a formação de grupos paramilitares.

Na Europa grupos separatistas como IRA e ETA, radicalizavam as formas de luta. E no Médio Oriente o fervor religioso estimulava o surgimento de grupos extremistas. Apesar da violência em comum, existem diferenças entre os grupos terroristas.

O fundamentalismo islâmico, por exemplo, não tinha carácter terrorista, na época em que surgiu.

A Irmandade Muçulmana apareceu em 1929 no Egipto, com preocupações sociais e propósitos religiosos. Mas a partir dos anos 30, fora perseguida pelo rei Fuad e pelo seu sucessor, o rei Faruk, favoráveis à dominação britânica.

A Irmandade partiu para a radicalização e o terrorismo no início dos anos 50 com a ascensão do líder nacionalista Gamal Abdel Nasser, acusado de defender interesses ocidentais.

Uma das acções mais violentas da Irmandade Muçulmana fora o assassinato do presidente egípcio Anuar Sadat, em 1981.Sadat foi considerado traidor, por parte da Irmandade Muçulmana, por ter assinado os acordos de Camp David em 1978, que reconheciam o direito de existência do Estado de Israel.

A crise no Médio Oriente também fez surgir em 1964, a Organização para a Libertação da Palestina, uma frente reunindo diversos grupos. A OLP que tinha como base a Al Fatah, facção liderada por Yasser Arafat, foi criada em decorrência de um quadro político cada vez mais conturbado. Os ânimos na região estavam acirrados desde a criação de Israel, em 1948.

Com o apoio político económico e militar, de soviéticos e americanos, Israel promoveu guerras com alguns vizinhos árabes para expandir o seu território.

Centenas de milhares de palestinianos foram expulsos das suas próprias terras.

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