terça-feira, 28 de junho de 2011

TERRORISMO III

Sempre que ouvimos falar de terrorismo, lembramo-nos logo dos atentados à bomba, sequestros de avião e de muitas outras acções violentas praticadas, por extremistas. E pensamos nas vítimas, quase sempre pessoas inocentes, muitas vezes mulheres e crianças, que apenas estavam no lugar errado e á na hora errada.

Quando se discute sobre as relações entre a Europa e Estados Unidos, a retórica atlântica usa a frase: “há mais coisas que os unem do que as dividem”. Por um lado esta afirmação é óbvia, por ser genérica e fazer parte das boas relações diplomáticas, principalmente, depois da vitória do capitalismo.

Por outro lado, é enganadora, portanto perigosa, porque tende a subestimar os contrastes que dividem as duas faces do Ocidente, que emergiram claramente depois da guerra no Iraque. Subestimando as diferenças impede-se uma analise lúcida dos novos elementos de convergência que poderiam favorecer uma evolução entre as relações não só transatlânticas. E só entendendo a necessidade de convergência entre pontos diversos, entre vários modelos, culturas e religiões, é que se pode distinguir a profunda diferença entre a guerra e a luta contra o terrorismo. Mas apesar das diferenças entre Europeus e Americanos, o 11 de Setembro deixou em todos os continentes uma herança em comum: o medo colectivo.

A tragédia do 11 de Setembro de 2001 na qual perderam a vida mais de 5000 pessoas abalou e alterou o mundo.

Por detrás dos ataques contra o coração da América, encontra-se o líder islâmico Osama Bin Laden.

(Osama Bin Laden é o 17-º de 57 filhos de Mohamed Bin Laden.) As informações sobre o seu ano de nascimento variam, uns apontam que fora em 1955, outros defendem que foi em 1957.

Seu pai era do sul da Arábia, um dos maiores empresários de construção civil da Arábia Saudita.

Entre os projectos gigantescos que o tornaram milionário, encontra-se a ampliação do complexo de mesquitas de Meca, o local mais sagrado do Islão. Osama cresceu no seio duma das famílias mais ricas da Arábia Saudita. Muitos dos seus irmãos foram para os EUA ou para estudar ou par fazer negócios, mas, Osama nunca teve grandes ambições escolares. No final dos anos 70, Osama começou a ler escrituras islâmicas, que depressa o apaixonaram.

Calcula-se que a riqueza de Osama Bin Laden ronde os 270 milhões de dólares, no entanto poderá ser maior.

É-lhe fácil recrutar seguidores em países pobres de terceiro mundo através de aliciamento financeiro ás famílias desfavorecidas.

Os milhões que possui permitem a Bin Laden dar aos seus colaboradores documentos falsos e subornar quem for necessário. Além disso, a sua riqueza permite-lhe equipar-se a si e à sua rede operacional com aparelhos de tecnologia de ponta, especialmente meios de comunicação modernos. Uma grande parte das suas receitas provém do contrabando e do tráfico de drogas e da rede dos islamitas. Até à data, praticamente, nenhuma conta de Bin Laden ou dos talibãs foi congelada nos países do Golfo.

Com grande habilidade, foi ocupando, ao longo dos anos, as posições estratégicas para a sua rede.

No decorrer de quase 20 anos como guerrilheiro, não foi vítima de nenhuma conspiração.

Ele tem a capacidade muito especial de atrair pessoas, de não repudiar os seus companheiros e de lhes confiar a coordenação das suas actividades. Estas capacidades foram muito necessárias aquando da junção das organizações egípcias rivais, a Gama`a e a Jihad. Embora não tivesse tido um êxito total, mas mesmo assim conseguiu enormes avanços. Em Março de 2000, alguns Jiahdistas do Egipto verificaram que a sua ligação a Bin Laden era um grande erro. Assim, conseguiram que Zawahiri se demitisse da liderança da Jihad. Mas fora essa a única consequência.

Para Bin Laden não houve cortes e a sua capacidade de acção não fora reduzida, pelo contrário, o número dos seus seguidores aumentou substancialmente.

No decorrer dos anos adquiriu grandes conhecimentos religiosos. Osama viveu em diversos países.

Uma das suas mulheres é filipina, talvez isso explique a razão de em 1996, os serviços secretos das Filipinas enviarem aos Estados Unidos um relatório ultra-secreto em que defendiam a ideia de que os terroristas de Oklahoma tinham ligações com a Abu Sayyef, um grupo terrorista islâmico activo nas Filipinas.

Este relatório fez com que se suspeitasse da ligação de Bin Laden com o atentado de Oklahoma.

A administração Americana não disse, porém, uma palavra sobre o assunto. Ao contrário do que acontece com outros líderes islâmicos, Bin Laden não quer libertar um determinado pais. O que ele pretende é que os Americanos estejam fora da Península Arábica

O 11 de Setembro marcou as relações entre Estados Unidos e Europa, mas foi a guerra do Iraque que delineou as diferenças transatlânticas. O caos criado no Iraque é talvez o caso mais recente mais flagrante, nos termos dos seus autores, dos “riscos decorrentes do direito auto-atribuido de atacar o inimigo antes de ser atacado por ele.” Problemas novos e inescapáveis devem ter respostas novas e arrojadas, mas devem estas ser objecto de ponderação e de apreciação criteriosa.

Ora, um desses critérios deve ser um simples critério consciensialista; a aplicação da estratégia da guerra premiativa que implicações teve?

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