sexta-feira, 1 de julho de 2011

TERRORISMO VIII

A crise no Médio Oriente também fez surgir em 1964, a Organização para a Libertação da Palestina, uma frente reunindo diversos grupos. A OLP que tinha como base a Al Fatah, facção liderada por Yasser Arafat, foi criada em decorrência de um quadro político cada vez mais conturbado. Os ânimos na região estavam acirrados desde a criação de Israel, em 1948.

Com o apoio político económico e militar, de soviéticos e americanos, Israel promoveu guerras com alguns vizinhos árabes para expandir o seu território.

Centenas de milhares de palestinianos foram expulsos das suas próprias terras.

Organizações terroristas judaicas, como a Irgun, a Stern e a Haganah tiveram um papel importante na intimidação da população palestina, chegando a massacrar aldeias inteiras. O problema palestino era um distúrbio indesejável na Guerra-fria.

O Médio Oriente como quase todo o planeta estava dividido em esferas de influências das superpotencias.Israel e alguns países árabes passaram para a esfera dos Estados Unidos, enquanto outros países árabes ficaram sob influência soviética.

A questão Palestina não se encaixava bem nesse jogo de equilíbrio. O isolamento dos palestinos no Ocidente e a hostilidade dos países árabes acabaram fortalecer a OLP e a acção de grupos radicais pelo terrorismo. Mas nem todos os actos terroristas reivindicados pelos palestinos eram de autoria da OLP. Um dos atentados mais violentos aconteceu em Setembro de 1972, durante os Jogos Olímpicos de Munique na Alemanha.

Nove atletas israelitas foram feitos reféns pela organização palestiniana “Setembro Negro”. Os sequestradores exigiam a libertação de cem palestinos presos em Israel e dos terroristas internacionais Andreas Baader e Ulrike Meinhof, da Alemanha e Kozo Okamoto, do Japão. Forças de segurança Alemã cercaram e mataram os sequestradores. Os atletas também foram todos mortos, o que deixou a opinião pública estarrecida.

O episódio de Munique preocupou as autoridades porque ficou evidente o vínculo entre diversas organizações clandestinas internacionais. Esse intercâmbio seria percebido novamente em 1976, com o sequestro de um Boeing da Air France que fazia um voo entre Tel Aviv e Paris. O avião com 242 passageiros e 12 tripulantes foi levado para Entebe Uganda, país Africano que vivia sob a ditadura de Idi Amin Dada.

Os sequestradores diziam pertencer à Frente Popular para a Libertação da Palestina, um dos grupos mais radicais da OLP. Mantendo como reféns somente os 93 passageiros judeus, os terroristas exigiam a libertação de 53 palestinos presos em Israel.

O governo Israelita, ordenou uma operação de resgate, tendo enviado ao Uganda uma força de elite. Em menos de 15 minutos os terroristas foram mortos e os reféns libertados. Outra organização que se especializou em ataques terroristas nos anos 70 foi o Exercito Republicano Irlandês, ou seja, o IRA.

O IRA foi formado em 1919 por grupos da minoria católica que lutavam pela união da Irlanda do Norte à Republica da Irlanda. Nos anos 60, os católicos foram ás ruas pacificamente, contra leis discriminatórias impostas pela minoria protestante. Aproveitando o clima de insatisfação, um grupo de militares relançou o IRA, dessa vez com um verniz ideológico marxista.

A fase pacífica do movimento terminou num domingo de Janeiro de 1972, quando tropas britânicas dispararam as suas armas contra os manifestantes, matando 13 pessoas.

Incidente esse, que passou à história como “Domingo Sangrento”, desencadeou uma escalada do terrorismo.

Durante os anos 70, mais de duas mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas, em atentados de bombas patrocinados pelo IRA e nos choques de rua entre manifestantes e forças de segurança. Outros grupos surgiram com fins pacíficos e também foram empurrados para a prática de terror!

É o caso da ETA, organização que luta pela autonomia do País Basco em relação à Espanha. (ETA no idioma Basco, são as iniciais de “ Pátria Basca e Liberdade”).

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