Nos últimos anos, o mundo tornou-se mais seguro, mais pacífico, mais equilibrado, mais justo e democrático? Pelo contrário, maior insegurança, disseminação de conflitos, acentuação de desigualdades, delapidação A “guerra ao terrorismo” acarretou mais prejuízos ou benefícios? de recursos naturais, instabilidade económica, ataques a direitos, liberdades e garantias conquistados ao longo de décadas de lutas, degradação das condições de vida e de trabalho, tudo isto são traços de um retrato sucinto, em que se transformou a situação contemporânea.
Uma conclusão parece legitima, os pressupostos da designada “guerra ao terrorismo” são, mais do que concretizados de forma incompetente, falsos pois tem, objectivamente, constituído a melhor cobertura legitimadora para a acentuação da supremacia imperialista Norte-Americana.
Como imediata reacção aos atentados nos Estados Unidos, todos os Europeus se sentiam americanos, unidos como parentes. O Velho Continente, com silêncio consensual, apoiou cegamente os Estados Unidos no ataque ao Afeganistão, onde se supõe que ainda esteja Bin Laden.
Passada a ressaca do sangue derramado, despertam as diferenças que não são só actuais e sim derivadas de uma longa historia. Os Europeus tentam entender as causas do terrorismo, fazendo uma análise profunda, analisando as causas do terror que nascem das condições económicas e da miséria. Já os Americanos querem destruir os efeitos do terrorismo (mas para isso têm de destruir-se a si próprios), identificando um inimigo externo para poder elimina-lo. É evidente a distinção entre o combater a causa e a consequência. Os Estados Unidos aplicam a politica pragmática do branco e preto, do sim e do não. A tradição Europeia é pela mediação.
A Europa é multilateral e os Estados Unidos unilateral.
A diferença de pensamento entre as margens do Atlântico é clara. Ao longo da história, a Europa sofreu varias ocupações, por diversas raças, culturas e religiões.
Os Europeus tiveram que conviver com os ocupantes e aprender a mediar. Já os Estados Unidos são um só país.
Apesar de ser formado por milhões de emigrantes, os Norte-Americanos têm uma única identidade patriótica.
Em compensação, as diversas línguas Europeias acabam por dificultar que a Europa se pronuncie politicamente com uma única voz e continue dividida nas grades decisões, enquanto os Estados Unidos falam uma só língua com tom vocal determinante e dominante (por vezes até aberrante).
O método básico do terrorismo é a destruição da vida humana, em nome de certos princípios ideológicos, políticos e religiosos.
Nos dias presentes não será difícil reconhecer que o terrorismo representa uma ameaça extremamente séria à dignidade da vida humana, à convivência entre sociedades, religiões e civilizações, aos mais elementares direitos e liberdades dos seres humanos.
Dos quatro cantos do mundo e com as origens mais diversas verificamos o despoletar de acções terroristas produzindo as mesmas consequências: mais sangue, mais mortes, ressentimento, destruição e raiva, numa espiral de violência que parece não ter fim.
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