quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TERRORISMO II

O mundo somente terá paz quando houver respeito mútuo.

Mas, até que isso aconteça, não teremos a “Justiça Infinita”, mas sim a estupidez infinita. A maior prova disso é a facilidade com que certos governantes conseguem chegar ao poder, utilizando o dinheiro, a demagogia, a mentira, a corrupção ou o fanatismo religioso para enganar o povo. A nossa inteligência é tão limitada, que entregamos a direcção do Estado e do Mundo a uma pessoa qualquer, sem que esta seja previamente submetida, pelo menos, a um exame psicológico. Num dos seus patéticos discursos à nação Americana, o Sr. Bush disse que o ataque terrorista contra o World Trade Center e o Pentágono seria tratado como acto de guerra.

Como é que o Sr. Bush, sendo líder de um pais que detém a hegemonia imperialista e foi responsável pelos actos de guerra como aqueles que aconteceram no Vietname, (milhares de camponeses queimados com napalm americano) ou no Iraque, (milhares de idosos, mulheres e crianças iraquianos massacrados no recesso das suas residências, por mísseis ianques), não mede o alcance das suas sentenças?

Ou como é que não mede o teor das suas declarações quando se associa a outras nações, como Inglaterra, em actos de guerra como os que aconteceram em Dresden a treze de Fevereiro de 1945, a (Florença do Elba), cidade cultural sem qualquer importância bélico-estrategica, foi devastada em cinquenta e seis minutos, por milhões de toneladas de bombas explosivas e incendiárias?

Em cinquenta e seis minutos, cerca de 250 mil vitimas!

Guerra ou terrorismo?

Nos dias 6 e 9 de Agosto de 1945, quando Hiroshima e Nagasaki foram desnecessariamente arrasadas por explosões atómicas?

Terrorismo ou guerra?

A diferença é pouca, porque as filigranas sociológicas e políticas que separam o terrorismo da guerra, acabam no efeito que normalmente os une: a violência. O terrorismo é a guerra de poucos, mas a guerra essa é o terrorismo de muitos.

O terrorismo é a guerra solitária, a guerra é o terrorismo colectivo.

O Chanceler alemão dissera que o atentado contra os Estados Unidos era uma declaração de guerra ao mundo civilizado.

Desconheço qual seja o conceito de civilização desse senhor, mas certamente que não lhe serve par qualificar a orgulhosa Alemanha da década de 1940. Ou será que a Alemanha só se civilizou depois de 1945? Não acho, e no entanto ela produziu o holocausto de milhões de judeus, em nome da civilização.

Guerra e terrorismo?

O primeiro-ministro inglês afirmara: “Esse atentado é uma agressão à democracia mundial”. Será que ele pensa o mesmo acerca do massacre que Israel, armado e financiado pela sua ex-colónia perpetra contra o seu antigo Protetorado, no Médio Oriente?

Terrorismo e Guerra?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

TERRORISMO

A não-violência é a maior força de que a Humanidade dispõe.

Ela é a mais poderosa do que qualquer arma de destruição imaginada pela ingenuidade da Humanidade.

O presidente Bush foi o autor da declaração mais absurda, de que tenho memoria, ao afirmar, com a maior tranquilidade, que o seu país, é um país pacífico. Mas não tem razão, mesmo que se referisse apenas à violência física, porque o seu país foi responsável, entre muitas coisas, pelo pior e mais bárbaro atentado de todos os tempos, muito mais grave do que aquele praticado contra Nova York e Washington, ou seja, o lançamento de duas bombas atómicas, que arrasaram Hiroshima e Nagasaki e deixaram a contaminação radioactiva que até hoje produz os seus efeitos.

Nem se pode dizer que essa barbaridade pode ser justificada pelo facto de que eles estavam em guerra.

Afinal, a Alemanha de Hitler, também estava em guerra e mesmo assim ele é considerado um monstro, um dos maiores, senão o maior anticristo. Qual poderia ser a diferença?

Quem perde a guerra é um criminoso, um genocida, mas o vencedor torna-se num herói porque estava a defender a democracia, a justiça e a liberdade?

Por isso não podemos ser tão simplórios porque nada justifica a violência e o terrorismo. Porque não faz diferença alguma para os inocentes mortos, feridos e órfãos, se a destruição suicida se dá em nome da justiça, da liberdade, da vingança, da paz ou de um deus.

Também não tem cabimento afirmar que o inimigo é fanático, louco e bárbaro, para justificar o seu extermínio.

O Sr. Bush quer fazer crer que o perigo é representado apenas pelos talibãs, lideres religiosos fanáticos que controlam aqueles povos miseráveis e por algumas outras organizações radicais, porque a religião tradicional da maior parte dos muçulmanos é tolerante e moderada, com grande ênfase na virtude e na caridade e perfeitamente compatível com a democracia e o pluralismo religioso. Apenas alguns países, como o Iraque e o Afeganistão, China etc.. se caracterizam pelo totalitarismo religioso, pela supressão das liberdades fundamentais, pelas perseguições ás minorias religiosas e pelo apoio ao terrorismo.

Também nos Estados Unidos existem muitas pessoas de bom senso que têm realizado inúmeras manifestações contra a retaliação indiscriminada. Na verdade, nenhuma guerra é uma guerra do Bem contra o Mal, como afirmou o Sr. Bush, assim como também não pode ser uma Guerra Santa a Jihad, como querem fazer crer os talibãs. Também não se trata de nenhuma “Justiça Infinita”, em evidente alusão à “Justiça Divina”. Não é possível que alguém, que não seja completamente louco, acredite que Deus seja capaz de ordenar o extermínio de inocentes.

Nenhum governante, seja ele um ditador talibã cujo o poder se funda na cega obediência à pretensa vontade de Alá, ou um governante que chegou ao poder através do voto popular, tem o direito de ordenar a matança de outros povos, nem mesmo como forma de vingança. A paz não pode ser garantida pela violência, porque a violência pode, apenas, gerar mais violência.

O ódio somente pode gerar mais ódio, mais violência, mais terrorismo e mais guerras. O mundo somente terá paz quando a Humanidade compreender a necessidade da convivência pacífica entre nações, as raças e religiões. Se Deus existe, é só um, embora cada religião lhe dê um nome diferente e muitos fanáticos acham que somente o seu é o verdadeiro Deus. O mundo somente terá paz quando houver respeito mútuo.